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Motoristas e cobradores de Curitiba marcam greve para 1.º de março

Depois de se reunirem com o sindicato patronal, na manhã desta segunda-feira (21), e não receberem uma proposta atraente, os motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba decidiram cruzar os braços a partir da zero hora do dia 1.º de março. Caso seja realmente instaurada a greve, a partir desse dia o transporte coletivo será feito com apenas 30% da frota. Isso representa 450 ônibus ao invés dos 1,5 mil utilizados normalmente.

Com o indicativo de greve, as empresas de ônibus têm até essa data para melhorarem a proposta feita aos profissionais. Na última tentativa de acordo, as companhias continuaram oferecendo reajuste salarial de 8%, mas aceitaram trocar a cesta básica física por vale alimentação.

No entanto, os patrões negaram o pedido de reajuste de 50% na cesta básica reivindicado pelos trabalhadores, item que compõe a pauta com 40 reclamações do Sindicato dos Motoristas e Cobradores nas Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc).

A última proposta dos patrões não convenceu os profissionais, que vêm pedindo aumento de 38%. Eles chegaram a apresentar um cálculo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) que apontava que as empresas poderiam reajustar os salários dos empregados entre 10% e 11%, taxa que os patrões não aceitam pagar.

Ainda hoje, segundo Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc, a categoria vai impetrar uma ação de dissídio coletivo na Justiça do Trabalho. “Como não houve negociação até então, nossas 40 reivindicações estarão na mão da Justiça”, afirmou.

Troco

Entre as reivindicações dos profissionais, uma chama a atenção: o Sindimoc pede o fornecimento de troco por parte das empresas. “O trabalhador precisa tirar do bolso uma quantia que varia de R$ 5 até R$ 150 por dia para pagamento de troco. Isso significa que, dos R$ 700 recebidos no final do mês, o trabalhador pode utilizar apenas R$ 550. O restante precisa estar disponível para iniciar o troco”, explica Teixeira. No final da jornada esse valor é reposto, e, segundo o sindicato, o cobrador é passível de multa caso não tenha troco.

Mudanças na escala de trabalho, melhorias físicas nas estações tubo, acumulo de função, café da manhã para motoristas que saem de madrugada e a criação de uma comissão para defesa das multas direcionadas aos motoristas também estão na pauta de reivindicações. “Temos itens que vão desde benefícios salariais até melhorias nas condições de trabalho”, disse Teixeira.

Fonte: O Estado do Paraná

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