Dicas

Saiba ações para evitar roubos de carga

Cyro Buonavoglia, presidente da Gristec.
O Roubo de cargas sempre é uma das maiores preocupações para as transportadoras. No ano passado, por exemplo, o Estado de São Paulo registrou 6.958 ocorrências, o que representou um prejuízo de R$ 295,855 milhões. A maioria dos casos, quase 57,85%, aconteceu na capital paulista. Estes dados são do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de São Paulo e Região), em conjunto, com a Fetcesp (Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo), com base nos números da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

No entanto, grande parte dos roubos de carga pode ser evitada com o gerenciamento de risco das empresas em relação à sua frota. Cyro Buonavoglia, presidente da Gristec (Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento), em entrevista exclusiva ao Portal Webtranspo, revelou algumas dicas que podem ser úteis aos frotistas e caminhoneiros para minimizar o número de ocorrências.

De acordo com o executivo, “várias são as normas e procedimentos a serem tomadas para evitar o roubo de cargas, que vão desde os horários de viagem dependendo da distância, local de paradas para abastecimento, descanso, pernoite etc., até a tecnologia utilizada (…)”.

 

Qual é o conceito de gerenciamento de risco?
O Gerenciamento de Riscos em Transporte de Cargas é um processo de gestão que abrange toda a cadeia de movimentação, transporte, distribuição e armazenamento de cargas. Em resumo, é a aplicação de Inteligência e tecnologia.

 

Quais medidas um frotista pode tomar para diminuir a incidência de roubos de sua carga?

Várias são as normas e procedimentos a serem tomadas para evitar o roubo de cargas, que vão desde os horários de viagem dependendo da distância, local de paradas para abastecimento, descanso, pernoite etc., até a tecnologia utilizada que deve se adequar às rotas e aos diversos tipos de carga, sendo que algumas cargas são mais visadas do que outras. É exatamente nestas questões que as gerenciadoras de risco possuem expertise para orientar os horários, as rotas, para que a viagem seja a mais segura possível. E isto as empresas qualificadas tem feito com muito sucesso.

Uma alternativa seria a escolta 24 horas, no entanto, visto que essa medida tem um custo elevado, quais são as ações mais baratas para garantir que a carga chegue ao seu destino?

A escolta armada é uma proteção física, ostensiva e imediata à abordagem dos meliantes e justamente tendo em vista que, especialmente nos percursos de longo curso, seu custo impacta no custo total da operação de transporte, por vezes, inviabilizando a contratação. A alternativa mais viável é o monitoramento feito por empresa especializada, e o fiel cumprimento dos procedimentos sugeridos pela gerenciadora de riscos.
“O maior número de abordagens tem ocorrido nos locais de paradas, tanto para abastecimento e descanso como e principalmente nas pernoites, quando os motoristas são abordados enquanto dormem e pegos de surpresa e nada podem fazer para impedir o roubo”

 

Qual carga tem mais incidência de roubo?

A incidência varia de região para região, conforme maior ou menor concentração de indústrias e/ou de destinatários, porém, é fato que os eletroeletrônicos, alimentos, bebidas, produtos farmacêuticos, metais e combustíveis estão entre os mais visados.

 

Além do gerenciamento de frota, como o transportador pode prevenir que sua carga seja roubada?

Tendo a devida orientação para a escolha das rotas ideais, dos melhores horários e do monitoramento eletrônico com excelente cobertura mais a inteligência embarcada, da origem (coleta) até à entrega final (destino). Novamente, o melhor desempenho estará na convergência do gerenciamento de riscos feito por empresa especializada mais a existência no veículo de equipamento de rastreamento de alta competência.

 

Quais são os pontos mais críticos no roubo de carga, embarque, desembarque ou trajeto? Por que?
“O maior número de abordagens tem ocorrido nos locais de paradas, tanto para abastecimento e descanso como e principalmente nas pernoites, quando os motoristas são abordados enquanto dormem e pegos de surpresa e nada podem fazer para impedir o roubo. Só a interferência de uma Gerenciadora de Riscos, quando o veículo é monitorado pode impedir o roubo nestes casos”.

 

Em uma rodovia quais sãos os pontos mais perigosos: os trechos urbanos ou rurais?

Depende do tipo da carga, no mais, as abordagens acontecem nos mais variados locais.

 

Quando uma área é sabidamente de risco, existe alguma forma de proceder, caso seja inevitável passar por ela?

Se temos consciência tratar-se de área com elevada ocorrência de roubos, trata-se de risco conhecido e assumido, portanto, se de todo não for possível evitar e ao mesmo tempo, economicamente conveniente, a escolta, somada a todas as demais providências, pode ajudar.

 

Nos casos que a carga é roubada, como o frotista e o caminhoneiro devem proceder?
A vida humana é o maior valor, sempre. O motorista, que neste caso representa também o frotista, deve evitar qualquer atitude de reação que exponha sua segurança. Se houver condições ideais, nos caminhões portadores de equipamentos de rastreamento, o acionamento do botão de pânico alertará a central de monitoramento que tomará as providências cabíveis. Em todos os casos, após a libertação, que normalmente ocorre, tão logo possível o motorista deverá entrar em contato com a gerenciadora de riscos, que acionará os demais envolvidos, além de disparar o serviço de pronta-resposta, que socorrerá o motorista na emergência, bem como tomará todas as providências para tentar a recuperação da carga, o que tem acontecido com certa frequência, utilizando medidas preventivas e corretivas que por motivos óbvios não podem ser publicadas e difundidas.

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